É Real?
"É Real?" é a ferramenta de Fact-checking da Escuridão na Luz. Acompanha as notícias que abordem o tema da Depressão Pós-Parto e revelamos através do cruzamento de dados informações e declarações, o nível de veracidade dos factos.
Inspirado na lógica de fact checking do Polígrafo, o É Real? decidiu criar e seguir quatro passos para chegar a uma conclusão relativamente à veracidade e uma declaração:
Consultar a fonte original da informação;
Analisar fontes de natureza documental que ajudem no processo de verificação;
Contextualizar a informação disponível;
Avaliar a informação de acordo com uma escala criada pelo É Real?;
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Etiquetas de verificação
Informação verdadeira, representada pelo Teste de gravidez positivo. Utilizada quando a declaração analisada é totalmente verdadeira.
Informação em parte verdadeira, representada pelo Teste de gravidez falso positivo. Esta etiqueta é utilizada quando a declaração em causa é estruturalmente verdadeira, mas é necessário um enquadramento e contexto para ser totalmente entendida (o leitor merece mais explicações).
Informação falsa, representada pelo Teste de gravidez falso. O seu uso é feito quando, após a apuração dos dados, é comprovado que os mesmos são errados.
Informação inverificável, representada pelo Teste de gravidez inconclusivo, utilizado quando ainda não há dados públicos que comprovem a informação. Pode vir a ser verdadeiro, mas ainda não o é.
Informação descontextualizada, representada pelo Teste de gravidez Rosa associa-se às notícias que têm informações, imagens, vídeos ou títulos fora de contexto. Atribui-se a casos em que a informação é retirada do seu contexto real, dando-lhe um sentido sem sustentação factual.
Informação manipulada, representada pelo Teste de gravidez Azul, utilizado quando existem elementos (como imagens, por exemplo) que distorcem, ainda que ligeiramente, a realidade.
Para o desenvolvimento do debunking (desmistificação), "Paternidade e Depressão: a realidade silenciosa dos homens", os responsáveis, ou seja, os 5 elementos - André Condença, Carolina Milhano, Júlia do Mar, Madalena Ferro e Pedro Costa - decidiram, primeiramente, qual seria a rede social onde iriam procurar a publicação para analisar. Ficou acordado entre todos que seria o Facebook e, portanto, começaram por procurar, através da ferramenta de busca, posts relacionados com a depressão pós-parto. Após alguma pesquisa, surgiu uma publicação interessante que coloca em causa se a depressão pós parto afeta ou não os homens. Como já era objetivo do grupo a criação de uma secção no website sobre este sub-tema, acharam ideal fazer uma pesquisa mais aprofundada para confirmar os factos.
Foram procurados dados em fontes e estudos e já existentes sobre o tema que provem e verifiquem a veracidade, ou falsidade, da afirmação. As fontes utilizadas para verificar a veracidade da publicação foram:
- Tese de Mariana Soares, estudante do Instituto Universitário Ciências Psicológicas Sociais e da Vida. Com o título «“Ser Pai De Um Filho… Deleite Ou Sarilho?” Depressão Pós-Parto Masculina E Bonding Pai-Bebé: Um Estudo Exploratório», Mariana recolheu uma amostra de 59 participantes do género masculino com idades entre os 25 e os 52 anos. Utilizou o questionário Sociodemográfico, a versão adaptada à população portuguesa da Edinburgh Postnatal Depression Scale e o Questionário de Ligação ao Bebé Após o Nascimento, com o propósito de compreender a incidência de Depressão Pós-parto Masculina e sua relação com o Bonding pai-filho.
- Um artigo intitulado “Postpartum psychiatric disorders” publicado pela revista britânica Nature, em 2018. A Nature publica pesquisas científicas e clínicas de alta qualidade, revistas de forma independente.
- Uma notícia de 2017, publicada por Rita Porto, no Observador, jornal generalista digital português.
- O website da CUF, uma rede de hospitais e clínicas que conta com mais de 75 anos de experiência e inovação em Portugal.
- O website do Instituto Ery, uma instituição de ensino à distância em Saúde Materno Infantil que pretende promover conteúdo de confiança para que as pessoas tenham acesso a temas relacionados ao aleitamento materno no Brasil.
Na segunda desmistificação "Novo medicamento pode revolucionar o tratamento da DPP", o processo foi semelhante, mas na plataforma do Instagram.
As fontes utilizadas para comprovar a veracidade, ou falsidade, da afirmação foram vairadas:
- Comunicado de Imprensa da Food and Drug Administration (FDA) com o título “FDA Approves First Oral Treatment for Postpartum Depression”
- Explicação do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders fornecido por American Psychiatry Association
- Estudo com o título “A rating scale for depression” retirado do J Neurol Neurosurg Psychiatry 1960 e escrito por Hamilton M.
- Website da Sage Therapeutics, empresa cujos direitos do medicamento foram atribuídos
- Relatório sobre o Zulresso aprovado pela U.S. Food and Drug Administration
- Estudo com o título “Zuranolone for the Treatment of Postpartum Depression”