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O que é a depressão pós-parto?

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É uma doença mental muito comum, afeta 1 em cada 5 mulheres que deram à luz (puérperas), que pode e deve ser tratada. 

Esta perturbação psicológica caracteriza-se por sinais prolongados de tristeza e perda de interesse em atividades que normalmente dão satisfação. A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Americana de Psiquiatria distinguem a depressão pós-parto da depressão em geral apenas pelo período em que decorre. Está associada ao período após o nascimento e existem estudos que definem períodos de tempo distintos. Alguns defendem que está limitada às 4-6 primeiras semanas do pós-parto, enquanto outros defendem que persiste pelo menos durante 6 meses após o parto, havendo um pico imediatamente após o nascimento da criança. Apesar de não haver consenso relativamente ao seu começo, não há dúvidas de que pode afetar gravemente a saúde da mãe e por conseguinte, a manutenção da relação com o bebé e restante família.

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"“Ter uma depressão pós-parto é como dar à luz e ficar às escuras.”

Entrevistada, 2023

A depressão pós-parto é um momento de adaptação a novos papéis e rotinas. A sua etiologia deve-se à combinação de uma série de fatores, designadamente biológicos/genéticos, psicológicos, familiares e socioeconómicos, que devem ser tidos em conta no diagnóstico e avaliação terapêutica. A probabilidade de desenvolver depressão pós-parto aumenta quando há:

- História anterior de depressão ou de depressão pós-parto (da própria pessoa ou na família);

- Complicações na gravidez, história de parto complicado e/ou dificuldade em amamentar;

- Fatores biológicos como as alterações hormonais;

- Gravidez não desejada;

- Falta de suporte sociofamiliar e financeiro;

- Medo do parto/parto anterior traumático;

- Perdas gestacionais anteriores;

- Má relação conjugal;

- Ser mãe de prematuros ou de gémeos;

- Saúde física deficiente (obesidade, hipertensão antes ou pós-parto);

- Gravidez na adolescência; 

- Ansiedade, Stress e/ou depressão durante a gestação;

- Doença crónica incapacitante;

- Doença do bebé/malformação congénita; 

- Fatores de ordem obstétrica e dados sociodemográficos;

- Pobreza;

- Migração:

- Exposição à violência (física, doméstica, sexual e de género);

- Situações de emergência e de conflito;

- Catástrofes naturais.

 

Portanto, não, a culpa não é só das hormonas (estrogénio e progesterona), embora as alterações hormonais se relacionem efetivamente com alterações do humor.

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